Abandonado pelos militares, pelos burocratas do governo, pelos políticos
e até por seu vice-presidente, Café Filho, o presidente Getúlio
Vargas só tinha uma saída na madrugada do dia 24 de agosto:
renunciar. Mas, quando seus adversários já comemoravam a vitória
política, Vargas mudou o rumo da história. Por volta das 5h,
segundo sua filha Alzira Vargas, o presidente, sozinho em seu quarto, disparou
um tiro fatal no peito. “Eu saí correndo feito uma doida e me
joguei sobre o corpo dele. Ele ainda estava vivo e eu tive a impressão
de que esboçava um sorriso”, contou Alzira. Bastaram uma edição
especial do Repórter Esso e a leitura da carta-testamento deixada por
Vargas para o sorriso que Alzira acreditou ter visto se justificar. Enlouquecida
e com lágrimas nos olhos, a população tomou as ruas para
protestar contra os inimigos do “pai dos pobres”. Houve quebra-quebras
e incêndios em sedes de jornais contrários a Vargas. Até
a Embaixada Americana foi apedrejada. Os adversários de Vargas caíram
em desgraça. Jornal do Brasil
Na manhã de 24 de agosto de 1954, a medida que a carta testamento
chegava aos ouvidos dos brasileiros pelas rádios, a dor do povo surgiu
como manifestação de indignação e revolta contra
os adversários de Getúlio, tomando as ruas de norte a sul da
Nação.
O sentimento nacional sepultou um golpe militar. O Udenista Carlos Lacerda,
declarado opositor de Getúlio, foi obrigado a fugir para o exterior.
E assim, o período Getulista, iniciado em 1930, que buscava com seu
projeto e ideologia trabalhista, a modernização nacional, chegou
ao fim.
Grande estadista, certamente o maior que o país já teve, amado
pelo povo , trouxe o crescimento econômico, a justiça social
e a igualdade de direitos. Criou empresas estatais fortes como a Petrobrás,
a Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional.
Construiu uma legislação federal clara, beneficiando, principalmente
os trabalhadores, criou o salário mínimo e a jornada semanal
de trabalho. Deu às mulheres o direito de votar e, ainda na questão
democrática, a instituição do voto secreto.
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